“O mais importante porém, é ensaiar cuidadosamente uma cena e ter certeza de que você tem algo interessante para filmar. Só depois você pode cuidar do “como”. O “como” deve sempre seguir o “o que”. O conteúdo e as idéias vem em primeiro lugar.”
Sinopse: Este livro reúne as famosas entrevistas de Kubrick realizadas por Michel Ciment, informações sobre os profissionais que trabalharam com o diretor, como roteiristas, diretores de arte, montadores, etc., além de making of, fotos de cena e filmografia completa. Com prefácio do cineasta Martin Scorsese, trata-se de uma leitura obrigatória para cinéfilos e amantes da obra desse artista genial.
Conversas com Kubrick é um livro quase técnico de cinema. Ele é a junção de várias entrevistas que o crítico de cinema, Michel Ciment fez não só com o próprio Stanley Kubrick, diretor de filmes como Lolita, Laranja Mecânica e 2001- Uma Odisseia no Espaço, mas também com pessoas que trabalharam com ele. O livro também tem alguns textos de apoio que falam de cada um dos filmes que Kubrick dirigiu e até relaciona os filmes entre si, falando de detalhes e temas que aparecem com freqüência na obra do diretor. Essa edição da Cosac & Naify, que infelizmente está esgotada, ainda conta com algumas entrevistas feitas depois da morte de Kubrick, em 1999.
Como todas as edições da Cosac & Naify, essa é linda, muito bem feita, cheia de fotos das produções em questão.
As entrevistas presentes no livro tentam de todas as maneiras desmistificar a fama de Kubrick, de ser um diretor tirano, com quem se era difícil de lidar. Malcolm McDowell, que trabalhou com Kubrick em Laranja Mecânica, disse posteriormente que a sensação de amizade que o diretor criou entre os dois durante a filmagem e depois, a separação dos dois iniciada por Kubrick depois que o filme foi terminado, cobrou um preço tão alto do ator que até o levou ao vicio em heroína, porém no livro, McDowell faz vários elogios a Kubrick , o mesmo pode ser dito de Shelley Duvall, que foi dirigida por Kubrick em O Iluminado, segundo Duvall, Kubrick praticava Bullying com ela no set e incentivava o resto da equipe a fazer o mesmo. As gravações foram tão tensas para Duvall que ela nunca mais teve vontade de participar de outro filme, como McDowell, Duvall elogia o diretor e diz que se ele foi duro com ela, foi para que sua performance se tornasse melhor. Claro que é possível entender que as entrevistas foram feitas em uma época em que os atores em questão não estavam dispostos a falar sobre esses acontecimentos, ou podemos pensar que as entrevistas sofreram edições para retratar Kubrick apenas como um gênio. O livro perde uma ótima oportunidade de discutir se o preço que esses atores pagaram por trabalhar com Kubrick valeu a pena, mesmo com o resultado de grandes e aclamadas atuações.
Eu recomendo o livro para quem se interessa por cinema, não necessariamente pela obra do Kubrick, porque o livro fala de alguns termos técnicos e os textos todos focados em filmes podem ficar um pouco maçante para quem não se interessa pelo assunto ou nunca leu um livro do gênero, mas de resto, o livro é uma ótima fonte de conhecimento não só sobre Kubrick e seus filmes, mas também sobre o cinema na época que o diretor estava na ativa.
Capa dura: 384 páginas
Editora: Cosac & Naify; Edição: 1ª (11 de outubro de 2013)
Idioma: Português
ISBN-10: 8540505673
ISBN-13: 978-8540505674
Dimensões do produto: 22,4 x 17,6 x 2,8 cm
Peso de envio: 739 g
Fonte: https://www.amazon.com.br/Conversas-Com-Kubrick-Michel-Ciment/dp/8540505673
Créditos da imagem: https://www.amazon.com.br/Conversas-Com-Kubrick-Michel-Ciment/dp/8540505673