Solomon Mahlangu (Thabo Rametsi) é um jovem que vive na África do Sul, na época do Apartheid, mas ele não deseja participar de nenhum movimento de libertação, embora seus amigos e sua namorada, Brenda (Pearl Thusi) façam parte.
Um dia, ele é brutalmente espancado e humilhado por um soldado branco, o que faz com que ele resolva, finalmente se envolver nos movimentos revolucionários. Solomon acaba exilado e começa a treinar para se tornar um dos membros.
Inspirado em uma história real, Fogo Contra Fogo se passa na África do Sul dos anos 70, ou seja bem no meio do Apartheid, então, naturalmente que o filme fala sobre racismo.
Solomon, o protagonista, no começo, não deseja se envolver com política, embora ele reconheça o preconceito que o cerca. Como ele nunca sentiu isso na pele, ele prefere levar a sua vida adiante sem se preocupar com os movimentos de libertação.
Até o dia em que ele sofre uma violência de um guarda branco e percebe que ele também precisa agir.
Fogo Contra Fogo não mostra muitas cenas de racismo explicitas, mas esse é o assunto que permeia o filme. É como se o filme quisesse dizer que não precisa mostrar algo que já está claro para todo mundo, por outro lado, o longa se faz muito claro em relação a sua posição, ele trata o racismo como inadmissível, e não poderia ser diferente.
Fogo Contra Fogo é um filme que fala de uma época, que deve ser lembrada, justamente para que não seja repetida.
Acompanhamos o filme do ponto de vista de Solomon e assim também acompanhamos suas mudanças e seu crescimento.
Ele começa o filme como um rapaz que não tem muitas preocupações na vida, embora esteja no meio de uma guerra contra os negros, e com o tempo vai se tornando alguém que está disposto a lutar por liberdade, de a receber treinamento para fazer parte do movimento de libertação dos negros e até de dar sua vida pela causa.
Solomon com o tempo, se torna um herói e um ícone da causa, embora isso lhe custe muito caro.
Fogo Contra Fogo não se preocupa tanto em falar da vida pessoal de Solomon, embora nos apresente sua namorada e sua família, mas se foca bastante na militância de Solomon e em como ele inspirou diversas pessoas.
Fogo Contra Fogo parece ser uma produção relativamente pequena, mas isso é irrelevante no resultado final, já que o que importa no filme é o seu roteiro.
O longa conta a história de Solomon em flashback, por isso, logo no começo já sabemos toda a importância dele para o movimento de libertação.
Claro que o filme é bem caracterizado, com figurinos, cabelos, maquiagens e cenários que são da época e que colocam o espectador dentro da década de 70. Fogo Contra Fogo também tem boas atuações, especialmente a de Thabo Rametsi, que interpreta Solomon. Esse é um aspecto importante, uma vez que o filme é uma cinebiografia e é necessário que o universo que ele apresenta seja crível.
O filme também tem um bom ritmo, os acontecimentos apresentados são mostrados de maneira rápida, o que torna o filme dinâmico e em alguns momentos, até animado, embora o assunto e o que aparece na tela, seja triste e muitas vezes, terrível.
Fogo Contra Fogo se destaca pelos assuntos que ele traz à tona, como o racismo, a desigualdade e a injustiça, o Apartheid e a maneira que as pessoas lutaram contra ele. Um filme como esse é importante porque não é só entretenimento, mas é também uma aula de história e se faz necessário ainda nos dias de hoje.
O filme entra em cartaz no dia 20 de novembro.
Título no Brasil: Fogo Contra Fogo
Título original: Kalushi: The Story of Solomon Mahlangu
Diretor: Mandla Duble
Gênero: Drama, Biografia
Nacionalidade: África do Sul
Ano: 2017
Duração: 1h47
Elenco: Thabo Rametsi, Thabo Malema, Pearl Thusi, Welile Nzuza, Gcina Mhlophe
Além da Toca do Coelho 