Ambientado em um futuro distopico, onde os livros são proibidos, Fahrenheit 451 acompanha Guy Montag (Michael B. Jordan) um bombeiro que é responsável por queimar livros, uma pratica comum nessa sociedade.
Montag nunca questiona os motivos do governo, até o dia em que conhece Clarisse (Sofia Boutella), uma jovem que faz perguntas e que gosta de literatura. A partir daí, Montag vai começar a pensar sobre o seu trabalho e sobre os motivos por trás das queimadas.
Fahrenheit 451 é baseado no livro de mesmo nome de Ray Bradbury.
Escrito em 1953, Fahrenheit 451 é um livro que previu diversos aspectos da sociedade atual, e que poderia soar ultrapassado a alguns anos, mas que de maneira um tanto quanto assustadora, faz cada vez mais sentido.
Na nova versão cinematográfica do diretor Ramin Bahrani, a sociedade em que o filme se passa é ainda mais tecnológica e consequentemente mais dependente da tecnologia, nada mais natural, já que a tecnologia está cada vez mais evoluída e portanto, um filme que se passa no futuro, precisa ter uma tecnologia cada vez mais opulente.
É interessante o que o filme faz nesse aspecto, ele coloca a trama de Fahrenheit 451 ainda mais no futuro do que seu autor pensou originalmente, tornando assim, a história quase atemporal, pelo menos por um tempo.
A trama de Fahrenheit 451 é por si só, muito interessante e uma declaração de amor aos livros e a literatura, além disso, pode conversar com qualquer sociedade que já teve um governo linha dura. A ideia por trás de um governo que quer banir o conhecimento e a cultura para manter as pessoas calmas e sem fazerem perguntas e que faz isso por meio da proibição de livros é ótima e é feita para tocar o leitor, que provavelmente gosta muito de livros.
Fahrenheit 451 não perde totalmente essa mensagem, ela está lá, os livros permanecem importantes e a trama ainda mostra um governo totalitário que quer que as pessoas permaneçam ignorantes, mas talvez o filme novo não dê toda a ênfase que o assunto mereça, principalmente porque o filme se ocupa mais em colocar muita ação nas suas cenas, talvez para agradar o público atual, e esquece de falar de detalhes importantes da trama.
Também é muito difícil competir com o filme original de François Truffaut, que é sem dúvida nenhuma, a melhor adaptação do livro.
Claro que Fahrenheit 451 tem seus méritos, ele dá uma modernizada no livro de Bradbury, que talvez nem seja completamente necessária, a trama já é muito atual, e a escolha de colocar um ator negro para interpretar Montag, que não tem nenhuma descrição física no livro, mas que no filme de Truffaut é interpretado por Oskar Werner, um ator branco, também é ótima, mas o remake se faz um pouco desnecessário.
O elenco também é uma escolha acertada, tanto Jordan, quanto Sofia Boutella estão ótimos nos seus papeis, mesmo que não tenham tanto espaço de atuação assim.
Fahrenheit 451 é um filme bem mediano, que quer modernizar um clássico, que já é muito moderno, e que acaba perdendo a graça ao longo do caminho.
Título no Brasil: Fahrenheit 451
Título original: Fahrenheit 451
Diretor: Ramin Bahrani
Gênero: Drama, Ficção cientifica
Nacionalidade: EUA
Ano: 2018
Duração: 1h40
Elenco: Michael B. Jordan, Michael Shannon, Sofia Boutella, Lilly Singh, Laura Harrier
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