Vic McQueen (Ashleigh Cummings) é uma jovem solitária que descobre que tem o poder de encontrar qualquer coisa que tenha sido perdida, pedalando sua bicicleta e chegando a lugares que existem apenas na imaginação. Um dia, ela esbarra com Charles Manx (Zachary Quinto), um homem que se alimenta da energia de crianças.
Cabe a Vic, então, encontrar as crianças que Charles leva para a terra do natal, um território que está dentro da cabeça do próprio Manx.
NOS4A2 é inspirado no livro Nosferatu, de Joe Hill.
NOS4A2 começa de maneira bem fiel ao livro, a audiência é apresentada a Vic quando ela ainda é criança e vive com os pais (Ebon Moss-Bachrach e Virginia Kull), mas logo seu pai vai embora e praticamente rompe relações com Vic e a mãe, deixando a menina se sentindo abandonada.
Vic, que já tinha descoberto sua habilidade para encontrar coisas, acaba recorrendo mais vezes a isso, uma vez que sente muita falta do pai. É aí que ela acaba esbarrando em Manx, um homem que se alimenta da energia de crianças.
Todo esse começo é muito parecido com o livro de Hill, assim como a trama principal, mas a série vai se modificando com o tempo e indo bem para longe da obra em que se inspira. Tem uma parte do livro que foi completamente cortada da série, e na teoria, não tem problema nisso, uma vez que são duas obras distintas e que elas não precisam ser iguais, mas parece até meio sem sentido não colocar isso na série, uma vez que existia tanto tempo de sobra que a série até inventa coisas que não estão no livro, como a juventude de Manx.
Seria mais interessante focar mais em Vic e em toda a sua jornada, como o livro faz, do que querer explicar e entender quem é Manx e porque ele se tornou o que é, já que é muito mais interessante acompanhar um vilão que é mal porque nasceu mal ou no caso de Manx porque precisa da energia de crianças para viver. Talvez a história pregressa de Manx pudesse ter ficado para uma possível segunda temporada.
Esse não é o único problema de NOS4A2, os primeiros episódios da série são ótimos e muito empolgantes, é quase impossível parar de assistir, que é mais ou menos a mesma sensação que se tem quando se lê o livro, mas ao longo do tempo, os episódios vão se tornando um pouco monótonos e cada vez mais chatos, quando se chega ao final da temporada, tudo que se quer é acabar de assistir a série, o que não acontece no livro.
Claro que NOS4A2 tem seus pontos positivos, a história por si só é um deles, uma vez que apresenta uma perspectiva completamente diferente do vampiro, um ser que já está meio batido no universo popular, mas esse é mais um mérito do autor do livro do que da série.
A criação da terra do natal, lugar para onde Manx leva as crianças também é ótima e de fazer o queixo cair, assim como os efeitos que a série usa, tanto para mostrar o lugar, quanto a aparência das crianças e de Manx, que embora seja interpretado por Quinto, tem uma aparência bem mais velha.
A atuação de Quinto também é um dos pontos altos de NOS4A2, não só porque Manx é um personagem bem escrito e interessante e talvez, seja o mais interessante do livro, mas porque o ator se sai muito bem na pele de vilão, até nas partes que retratam a sua juventude.
É uma pena, no entanto, que a série desperdice uma trama tão bom, Nosferatu é sem dúvida nenhuma o melhor livro de Hill e que poderia e merecia ganhar uma adaptação mais interessante.
Claro que a série termina de maneira ligeiramente aberta na expectativa de ganhar uma segunda temporada, onde talvez, a trama do livro possa se desenvolver melhor.
NOS4A2 não é de todo ruim e diverte os telespectadores por um tempo, mas se perde no caminho e não faz jus a obra original.
Elenco: Ashleigh Cummings, Zachary Quinto, Ólafur Darri Ólafsson, Ebon Moss-Bachrach, Virginia Kull
Gênero: Drama, Terror, Fantasia
Duração do episódio: 60min
Número de episódios: 10