Adaptações, filmes

Filme: Frankenstein, 1931

Henry Frankenstein (Colin Clive) é um cientista obstinado que deseja criar a vida, para tal, ele junta vários membros de diferentes corpos e constrói sua criatura (Boris Karloff). Na hora de colocar o cérebro, ele pede que seu assistente, Fritz (Dwight Frye) vá até a faculdade encontrar um exemplar, mas Fritz, sem querer, lhe traz o cérebro de um criminoso.

Henry dá vida a criatura, apesar dos pedidos de sua noiva, Elizabeth (Mae Clarke) para que ele pare o experimento, mas antes que ele perceba, os impulsos assassinos tomam conta da criatura e ela passa a matar.

Frankenstein é inspirado em uma peça de Peggy Webling, que por sua vez é inspirada no livro Frankenstein, de Mary Shelley.

Frankenstein é um caso curioso de filme inspirado em livro, isso porque ele é bem fiel a obra de Shelley em alguns aspectos do filme, mas completamente diferente em outros. Para começar, o protagonista do filme não se chama Victor Frankenstein como no livro e sim Henry Frankenstein, mas os dois tem pensamentos praticamente iguais: eles querem criar uma vida.

A partir disso, os dois procuram partes de cadáveres para enfim, conseguirem criar a sua criatura, a diferença do livro para o filme é que no segundo, a criatura recebe o cérebro que pertenceu a um criminoso e é isso que causa o impulso assassino do monstro. É óbvio que essa situação do roteiro faz sentido no filme, que tem muito menos tempo para desenvolver sua história do que o livro, mas ela também simplifica demais a história de Shelley.

Frankenstein estabelece desde o princípio que o vilão da história é a criatura e não o homem que a cria, como o livro faz e esse é o caminho mais fácil a se tomar, afinal é muito mais óbvio dizer que uma criatura monstruosa – que aqui já tem aquela aparência clássica do Frankenstein que ficou marcada na história – é um monstro, do que que um homem simpático e normal está brincando de deus e cometendo erros constantemente. Mas claro que essa mudança também tira um pouco da graça da história, afinal, o que é interessante em Frankenstein é justamente o questionamento de quem é o monstro, o que tem aparência de monstro, mas apenas segue seus instintos, ou o que tem a aparência humana, mas não entende o seu papel na terra e abandona a criatura que criou?

Em outros momentos do longa, no entanto, Frankenstein é bem fiel a obra de Shelley, aqui Henry tem uma noiva chamada Elizabeth e algumas das cenas são praticamente iguais as que estão presentes no livro, o que é bem legal.

Ainda assim, Frankenstein se sai muito bem quando emplaca um suspense ao filme, a música coloca o telespectador na trama e as cenas são sinistras e realmente assustadoras, o que ajudam a criar essa imagem de monstro terrível da criatura.

É impossível também não relacionar a aparência da criatura ao Frankenstein, ainda que pelas descrições do livro, a criatura não teria essa aparência clássica que o cinema implantou, ao personagem e claro, mergulhar ainda mais fundo nessa história.

O filme é curto e mesmo que tenha seus erros, é bem interessante e se sai bem. Claro que Frankenstein peca em alguns momentos, principalmente em não estabelecer a culpa do criador, mas ele não é o primeiro e nem será o último filme inspirado na obra de Shelley a fazer isso, aliais, essa representação de Frankenstein é uma constante nas adaptações da obra.

Frankenstein é um bom entretenimento e mesmo não sendo completamente fiel a obra, tem seus bons momentos.

Título no Brasil: Frankenstein

Título original: Frankenstein

Direção: James Whale

Gênero: Terror, Ficção científica

Ano: 1931

Duração: 1h11m

Elenco: Colin Clive, Mae Clarke, John Boles, Boris Karloff, Edward Van Sloan

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