O doutor John Watson retorna a Londres depois da guerra contra o Afeganistão e precisa de um lugar para morar, através de um amigo ele fica sabendo que Sherlock Holmes, um detetive particular, está procurando um colega de quarto.
Os dois se conhecem e Waston estranha os hábitos esquisitos de Holmes, mas ele muda de ideia quando Holmes é contratado para resolver o assassinato de dois americanos e mostra toda a sua astúcia. Watson resolve dividir a casa com Watson, e também acompanhar o detetive na investigação.
Um Estudo em Vermelho, publicado em 1887, marca a primeira aparição tanto de Sherlock Holmes, quanto de John Watson, por isso, o livro se preocupa em descrever o primeiro encontro dos dois personagens e mostrar como eles se tornaram amigos e como passaram a morar juntos. Diferente de vários trabalhos de Conan Doyle que tem Holmes como protagonista, Um Estudo em Vermelho é um romance.
Claro que hoje em dia, que Holmes se tornou o detetive mais famoso da ficção, o fato dessa ser sua primeira aparição e também marcar o encontro dele com seu parceiro Watson, faz de Um Estudo em Vermelho um livro bem relevante, mas na trama isso fica em segundo plano, já que o mais interessante aqui é o caso que Holmes precisa desvendar.
Em Um Estudo em Vermelho, Holmes é contratado para investigar os assassinatos misteriosos de dois americanos, que aparentemente, não tem nenhum inimigo, o caso é ainda mais estranho, já que a palavra “RACHE” – “vingança”, em alemão – está escrita em tinta vermelha nas duas cenas dos crimes.
A partir daí, Holmes começa a investigar e Watson, que acabou de conhecer o detetive, mas se diz encantado com a maneira com que a mente de Holmes funciona, resolve acompanhar o trabalho. Qualquer pessoa que já leu alguma história de Sherlock Holmes sabe que a estrutura é sempre muito parecida: Sherlock Holmes recebe um caso, que parece impossível de resolver e de maneira misteriosa descobre tudo que aconteceu, dando uma explicação para a sua conclusão apenas no final da história, o leitor é deixado no escuro até o último minuto, isso porque o método de investigação de Holmes é muito diferente – e um tanto quanto fantástico – e se baseia muito em detalhes que ele observa.
Um Estudo em Vermelho tem esses aspectos, embora não mergulhe totalmente nessa técnica, ele é, afinal de contas, o primeiro trabalho de Conan Doyle com Holmes como protagonista e parece natural que o autor tenha desenvolvido mais sua escrita e seu estilo típico com o tempo. Outra diferença entre Um Estudo em Vermelho e outras histórias de Holmes é que como essa é a primeira aparição de Holmes, ele ainda não é um detetive famoso, que é procurado com frequência e que é levado a sério, nesse caso, por exemplo, ele é até passado para trás pela polícia.
Por outro lado, o livro é, de maneira geral, mais fraco que os contos protagonizados por Sherlock Holmes, talvez porque o estilo de histórias do detetive combine mais com uma execução rápida, onde logo temos acesso a solução, que é sempre impossível de prever. A trama não é tão bem desenvolvida e a resolução é até bobinha, perto de outras histórias de Holmes, que parecem mais bem pensadas.
Um Estudo em Vermelho, no entanto, é importante justamente por dar esse pontapé inicial a história de Holmes e Watson e naturalmente vai agradar os fãs do detetive, já que entender como que os dois personagens principais da história se conheceram certamente é interessante.
O livro é curto, e a leitura é relativamente fácil, ela pode se tornar um tanto quanto lenta com o tempo, justamente porque passa tempo demais focada em um caso só e inevitavelmente acaba alongando esse caso mais do que seria necessário, a trama de Um Estudo em Vermelho poderia facilmente caber em um conto longo.
É impossível tirar a importância de Um Estudo em Vermelho, mas o livro não é uma das melhores histórias de Sherlock Holmes e é uma boa pedida para os fãs e para quem deseja ler todo o material do detetive mais famoso da literatura mundial.
Título no Brasil: Um Estudo em Vermelho
Título original: A Study in Scarlet
Autor: Arthur Conan Doyle
Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges
Gênero: Clássico, Suspense
Ano de lançamento: 1887
Editora: Zahar
Número de Páginas: 230
Foto: Fernanda Cavalcanti