Os recém-casados Joan (Julie Bishop) e Peter Allison (David Manners) estão passando a lua de mel na Hungria quando conhecem o Dr. Vitus Verdegast (Bela Lugosi), um ex-prisioneiro de guerra, que está indo visitar um antigo amigo.
Um acidente faz com que os três tenham que pedir abrigo na casa de Hjalmar Poelzig (Boris Karloff), o amigo que Verdegast estava indo visitar. Chegando lá, eles descobrem que Poelzig tem planos sinistros para o casal e que Verdegast, na verdade, busca um acerto de contas.
O Gato Preto é inspirado no conto de mesmo nome de Edgar Allan Poe.

Embora seja supostamente baseado no conto de Poe, O Gato Preto mais usa do nome da obra do que da sua trama, o gato preto aqui é apenas o animal de estimação de Poelzig, que causa medo em Verdegast, um homem que tem pavor de gatos e fica claro que essa trama só foi criada para justificar o título.
A trama do filme não tem muita relação com a história de Poe: aqui acompanhamos um casal jovem, que passa a lua de mel na Hungria e lá conhece um homem, que depois de ter lutado na primeira guerra mundial, está retornando para encontrar um amigo. Essa é a história que ele conta ao casal, mas com o tempo, descobrimos que não é bem isso.
O amigo em questão é Hjalmar Poelzig, um ex-comandante de quem Verdegast pretende se vingar. O homem é cheio de mistérios e tem planos terríveis para Joan e Peter. Para além disso, O Gato Preto também mergulha um pouco no passado de Verdegast e Poelzig e explica qual é a relação entre eles.

Na realidade, tudo é uma grande desculpa para esse encontro entre Verdegast e Poelzig e o tal acerto de contas, isso porque o filme também une duas grandes figuras do universo do cinema de terror: Bela Lugosi, famoso por interpretar Drácula, e Boris Karloff, famoso por interpretar o monstro de Frankenstein.
O Gato Preto peca quando joga uma série de tramas que não são muito bem explicadas com o tempo, como por exemplo, o fato de Poelzig fazer parte de uma seita satanista ou mesmo o gato preto, que não tem muita utilidade na trama.
O fato dele não ser nada fiel a trama de Poe não é por si só um problema, afinal, ele é um filme de terror que funciona em certas medidas e que tem uma atmosfera de tensão, mas quem espera ver cenas clássicas do conto, vai se decepcionar. É uma pena, no entanto, que o longa não seja uma adaptação fiel, já que o conto de Poe é ótimo e muito assustador.

O Gato Preto ganha bastante com suas atuações, principalmente as de Lugosi e Karloff, como o filme é centrado nesse acerto de contas dos dois homens, eles têm bastante tempo de tela e bastante tempo de tela juntos, o que é incrível. Os cenários também chamam a atenção, Poelzig é um arquiteto, por isso sua casa é bem diferente e o local ajuda a criar essa sensação de prisão que o casal sente quando está lá.
O Gato Preto não é uma adaptação fiel do conto de Edgar Allan Poe, isso porque ele não é nem vagamente parecido com a obra original, mas ele é um filme de terror interessante, que deixa a plateia tensa e assustada. Se assistido sem a expectativa de que ele seja muito parecido com o conto, ele pode entreter.
Título no Brasil: O Gato Preto
Título original: The Black Cat
Direção: Edgar G. Ulmer
Gênero: Terror, Suspense
Ano: 1934
Duração: 1h 05min
Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, David Manners, John Carradine, Harry Cording