Na noite de natal, Marie ganha de seu padrinho um Quebra-Nozes, por quem ela imediatamente se apaixona. Ela o guarda no armário de brinquedos, junto com suas bonecas. A meia-noite, ela é acordada por barulhos estranhos e vê seu padrinho acocorado em cima do relógio de parede e vários ratos, comandados por um rato de sete cabeças, invadirem o quarto.
Os brinquedos de Marie e de seu irmão, então, criam vida e começam a atacar os ratos, liderados pelo Quebra-Nozes e esse é só o começo da aventura de Marie.
A edição da Zahar conta com duas versões da história: a de E.T.A. Hoffmann, considerada a original, e a de Alexandre Dumas que é a mais famosa e que inspirou o ballet de Tchaikovsky.
O interessante dessa edição é justamente a possibilidade de conhecer as duas versões, ainda que eles sejam bem parecidas, no entanto, é importante ressaltar que o livro também vem com ilustrações, o que também é bem legal.
O Quebra-Nozes não é exatamente um conto de fadas, mas só o fato dele ter pelo menos duas versões já prova que ele é, possivelmente, uma história contada de boca-a-boca, que em algum momento foi colocada no papel. No entanto, a trama tem sim muitos elementos dos contos de fadas.
A história acompanha Marie, uma garota que vive com seus pais e seu irmão – em algumas versões ela tem uma irmã mais velha -, e que tem um padrinho, Drosselmeier, que é inventor. Em um natal, Drosselmeier dá um Quebra-Nozes para a garota e ela fica encantada. Marie dorme no quarto de brinquedos ao lado do Quebra-Nozes e acorda com o local sendo invadido por ratos, em uma cena digna de um filme de terror. O Quebra-Nozes, por sua vez, lidera uma guerra contra os ratos.
Com o tempo também temos acesso a história pregressa do Quebra-Nozes e Marie se vê em uma verdadeira jornada pelo reino do Quebra-Nozes, onde ela passa por lugares fantásticos feitos de doces.
Tudo é, naturalmente, muito fantástico, porque O Quebra-Nozes de fato mergulha nesse universo, a trama também é voltada para crianças, por isso tudo que lemos parece natural dentro do que está sendo proposto. Mas é curioso que ainda assim, o livro tenha um vilão tão assustador e tão asqueroso quanto o rato de sete cabeças, que certamente assusta tanto crianças, quanto adultos.
O Quebra-Nozes se passa em duas esferas, uma delas é o plano real, onde Marie ganha o Quebra-Nozes de presente e onde os adultos da trama habitam, outra é o plano fantástico, que talvez seja também da fantasia de Marie, onde o Quebra-Nozes tem vida e onde os ratos atacam o quarto de Marie. Durante a noite, Marie vive as mais incríveis aventuras, mas durante o dia seus pais acham que ela sonhou tudo que narra, ainda que tenham algumas pequenas pistas que dão a entender que o que aconteceu foi real.
A trama de O Quebra-Nozes é simples e muito do que acontece é fácil de prever, ainda que a história pregressa do Quebra-Nozes seja bem pensada e escrita com cuidado, por isso mesmo, a leitura é bem rápida, mas pode se tornar um pouco lenta com o tempo. De uma maneira geral, as duas versões de O Quebra-Nozes são bem bonitinhas e funcionam tanto para o público infantil, quanto para o público adulto que se interesse, por exemplo, por tramas fantásticas. Não é à toa que a história é copiada e adaptada até hoje.
Título no Brasil: O Quebra-Nozes
Título original: The Nutcracker
Autores: E.T.A. Hoffmann, Alexandre Dumas
Tradução: André Telles, Luis S. Krausz
Gênero: Clássico, Fantasia
Ano de lançamento: 2018
Editora: Zahar
Número de Páginas: 344
Foto: Fernanda Cavalcanti
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