Jonathan Harker (John Heffernan) é um homem doente, que está preso em um hospital, e começa a contar sua história para as freiras do local.

A história de Harker envolve um castelo na Transilvânia e seu estranho proprietário, Conde Drácula (Claes Bang), que no começo parecia um homem idoso, mas que ao longo do tempo começa a se regenerar, enquanto Harker piora a olhos vistos.

É assim que começa a série Drácula, de uma certa maneira, bem parecida com o livro de Bram Stoker, que também retrata Harker, um jovem advogado indo até o castelo de Drácula para conhecer seu novo cliente, mas naturalmente, a série toma outros rumos.

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A série então ruma para outras épocas, em que Drácula se encontra com outros personagens, inclusive com Zoe Van Helsing (Dolly Wells), descendente de seu arqui-inimigo, Dr. Van Helsing.

Drácula é, a sua maneira, uma modernização do clássico de Stoker, uma vez que embora comece na época em que o livro de fato se passa (e foi escrito), ele se arrasta até os dias de hoje. Nesse aspecto, a série é muito interessante, afinal, é de se perguntar se a história clássica de Drácula, que está presente no livro, ainda é tão relevante nos dias de hoje a ponto de virar mais uma obra audiovisual.

Por outro lado, a maioria das adaptações de Drácula que já foram feitas (e já foram feitas muitas, uma vez que Drácula é o quarto livro mais adaptado de todos os tempos) não é completamente fiel ao livro e seria interessante que existisse pelo menos uma, que fosse. A série por exemplo, pode começar de maneira relativamente parecida com o livro, mas quando coloca Harker em um hospital, já se mostra diferente da obra original.

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É interessante que a série coloque o Conde Drácula nos dias de hoje e pense em como um vampiro, na concepção mais clássica da palavra, viveria atualmente. Naturalmente que existem outros livros e filmes que contemplam vampiros vivendo nos dias de hoje, mas a maioria deles faz alterações ao comportamento da criatura, enquanto Drácula praticamente moldou a ideia que fazemos de vampiro.

Drácula começa muito bem, a série tem um clima sinistro, especialmente quando ainda não sabemos exatamente quem Harker é, uma vez que ele pode facilmente ser confundido com Renfield, personagem do livro, que tem condições parecidas com a de Harker na série. A série também tem aspectos parecidos com os do livro no seu primeiro episódio.

As cenas que se passam no castelo de Drácula são assustadoras e bem-feitas, o que causa uma boa impressão no começo, no entanto, conforme a série se desenvolve, ela vai se tornando menos interessante. A trama de Drácula faz mais sentido na época em que o livro se passa, por isso, soa estranho assistir o vampiro se misturar as tecnologias de hoje e frequentar boates lotadas.

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A série também vai ficando consideravelmente menos assustadora conforme o tempo passa, talvez porque o terceiro episódio se passe em uma cidade grande, nos dias de hoje e, portanto, na teoria, em território seguro, enquanto o primeiro se passa em um castelo tenebroso na Transilvânia e o segundo se passa em um navio navegando em aguas turbulentas.

O elenco de Drácula até funciona bem, Claes Bang se sai bem como Drácula e tem uma aparência que combina com a descrita no livro, e a série inova ao escalar Lydia West, uma atriz negra para interpretar Lucy Westenra, mas a série de uma maneira geral não funciona tão bem.

Drácula é uma série que até demonstra um certo potencial, mas que se perde no caminho e acaba deixando tanto os fãs do livro, quanto o telespectador que só conhece o personagem, decepcionados.

Título no Brasil: Drácula

Título Original: Drácula

Nacionalidade: Inglaterra

Ano: 2020

Elenco: Claes Bang, Dolly Wells, Jonathan Aris, John Heffernan, Morfydd Clark

Gênero: Drama, terror

Duração do episódio: 90min

Número de episódios: 3

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