Depois da morte de sua mãe, Evie Jackson (Nathalie Emmanuel) acredita que não tem mais ninguém no mundo, até que faz um teste de DNA e descobre que tem um primo (Hugh Skinner) vivendo na Inglaterra. Oliver, o primo, a convida para passar um tempo na sua casa e Evie aceita.

Chegando lá, Evie conhece Walter De Ville (Thomas Doherty), um aristocrata amigo de Oliver e é convidada para um casamento que vai acontecer na propriedade de De Ville.

Evie aos poucos, vai se apaixonado por Walter, ao mesmo tempo que percebe que tem alguma coisa estranha acontecendo na casa onde está hospedada.

Convite Maldito é uma releitura de Drácula, de Bram Stoker.

Convite Maldito não é exatamente uma adaptação de Drácula, na realidade, o filme usa dos personagens e de alguns dos cânones do livro, mas apresenta uma história nova e um tanto quanto diferente. O longa tem como protagonista Evie, uma artista, que vive em Nova York e que depois da morte da mãe se sente completamente sozinha no mundo, sua melhor amiga, Grace (Courtney Taylor) a convence a fazer um teste de DNA e através de uma árvore genealógica digital, ela descobre que tem um primo vivendo na Inglaterra e aceita ir visitá-lo.

Uma vez lá, ela conhece um amigo de Oliver, Walter De Ville, que tem origens aristocráticas, por quem ela imediatamente se sente atraída, mas também nota que tem alguma coisa estranha acontecendo.

Convite Maldito parte de uma ideia bem comum no terror, que é colocar uma “intrusa” em um ambiente novo, e onde ela não está acostumada, aqui Evie é diferente dos outros personagens de muitas maneiras: ela realmente não conhece ninguém, ela é americana e ela é negra. Além disso, Evie vive uma vida simples e comum em Nova York, enquanto os outros personagens do livro vivem vidas ricas e que parecem até nem fazer parte desse século.

Evie então, se vê jogada nessa nova família – que é formada apenas por homens brancos -, e conhecendo uma série de pessoas novas que normalmente não fariam parte do seu cotidiano, como o próprio De Ville, Viktoria (Stephanie Corneliussen) e Lucy (Alana Boden), que são duas das damas de honra do tal casamento. Embora Evie passe a viver uma vida de rainha, fica claro que tem um monte de coisa acontecendo nesse lugar, alguns cômodos do castelo estão sempre fechados e as empregadas desaparecem sem deixar vestígios.

Outro ponto interessante de Convite Maldito é justamente essa mistura de atual com antigo, que também pode ser lida como uma junção da realidade com a fantasia. Evie representa o mundo atual, enquanto os personagens que vivem na Inglaterra parecem fazer parte de outro período.

Convite Maldito de fato tem potencial, ele trabalha bem vários elementos de terror que estão presentes no seu roteiro, existe um suspense constante no filme, já que a audiência nunca sabe exatamente o que vai acontecer, e mais do que isso, não sabe exatamente qual a relação dessa trama com Drácula e o filme segura os seus segredos durante bastante tempo, mas em algum momento, Convite Maldito desanda.

O longa se passa em um universo fantástico, que é representado por esses personagens que Evie conhece na Inglaterra, mas ainda assim, depois de um tempo Convite Maldito começa a soar irreal demais, mesmo para um filme que trabalha com elementos fantásticos. O plot twist é interessante, mas não se desenrola de forma dinâmica, o que atrapalha o resultado final.

O filme também perde algumas oportunidades, como por exemplo, discutir questões raciais. A protagonista é uma mulher negra, que vai passar um tempo em um lugar onde todas as outras pessoas são brancas – as únicas negras do filme são Evie e Grace -, essa questão vem à tona, claro, mas a única coisa que é dita no filme é o fato de que a ancestral de Evie, Emmaline (Virág Bárány), teve um caso com um homem negro. Embora fique claro que a questão racial é outro aspecto que faz Evie diferente dos personagens que ela conhece, e que talvez faça ela se sentir mais deslocada, isso não ganha nenhum outro contorno.

No entanto, deve-se ressaltar alguns aspectos técnicos do filme. Convite Maldito tem um clima de terror, que funciona, sabemos que tem algo acontecendo, embora não seja possível apontar o que, mas isso segura a atenção, ele tem momentos bem assustadores e algumas cenas chamam a atenção. O figurino também é interessante, e consegue distinguir bem Evie dos outros personagens, ela usa roupas mais simples e mais atuais, enquanto eles usam roupas muito mais sofisticadas, com o tempo, no entanto, Evie também começa a usar roupas mais próximas das dos outros personagens.

Convite Maldito também tem boas atuações, Nathalie Emmanuel e Stephanie Corneliussen estão bem, mas os grandes destaques são Thomas Doherty, perfeito no papel de De Ville, e Alana Boden, que interpreta a inocente Lucy.

Quem leu Drácula e gosta do livro vai reconhecer as referências que o filme faz, por outro lado, Convite Maldito não é uma adaptação, é mais uma modernização da trama.

Convite Maldito parte de uma boa ideia e é um filme que mostra potencial, mas que se perde no caminho, e o que poderia assustar a plateia, acaba causando pouco efeito.

Título no Brasil: Convite Maldito

Título original: The Invitation

Direção: Jessica M. Thompson

Gênero: Terror, Suspense

Ano: 2022

Duração: 1h 46min

Elenco: Nathalie Emmanuel, Thomas Doherty, Stephanie Corneliussen, Hugh Skinner, Sean Pertwee

Distribuidora: Sony Pictures

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