Craig (Jaeden Martell) faz pequenos trabalhos para o Sr. Harrigan (Donald Sutherland) e os dois ficam muito próximos quando descobrem que gostam de ler. O Sr. Harrigan é avesso a tecnologia, mas Craig lhe dá um celular e o convence a usá-lo.
Quando o Sr. Harrigan morre, Craig coloca o celular no bolso do cadáver e depois passa a mandar mensagens para ele só para matar a saudades. Até que o Sr. Harrigan o responde e mais tarde, começa a atender os pedidos de Craig, inclusive os mais perigosos.
O Telefone do Sr. Harrigan é inspirado no conto de mesmo nome, do livro Com Sangue, de Stephen King.
A primeira coisa que precisa ser dita sobre O Telefone do Sr. Harrigan é que o filme é extremamente fiel ao conto, na verdade, os dois são praticamente iguais. O filme segue Craig, um jovem que arruma um emprego na casa do Sr. Harrigan, um milionário da sua cidade de quem todo mundo tem medo, Craig, no entanto, se dá bem com ele e costuma passar a tarde lendo para o Sr. Harrigan. Nos aniversários de Craig e no natal, o Sr. Harrigan sempre manda uma raspadinha para o garoto e um dia, Craig realmente ganha.
Com o dinheiro, ele compra um celular para o Sr. Harrigan, que não é afeito a tecnologia, Craig convence o homem a usar o aparelho e quando o Sr. Harrigan falece, o garoto coloca o celular no bolso do cadáver. Com saudades do amigo, Craig começa a mandar mensagens para o celular do Sr. Harrigan e em algum momento ele responde.
O Telefone do Sr. Harrigan começa como uma trama que não é exatamente de terror, já que ele passa bastante tempo acompanhando a relação de Craig e do Sr. Harrigan, que precisa ser bem construída para que a audiência também sinta a perda do protagonista, o terror começa quando Craig chega na casa do Sr. Harrigan e o encontra morto na sua cadeira – uma cena, inclusive, inspirada na vida do próprio Stephen King, que também encontrou sua avó falecida do mesmo jeito – e a partir do enterro dele começa a receber mensagens.
Essas mensagens inicialmente parecem inofensivas, e Craig chega a achar que é algum problema do telefone ou até uma pegadinha, mas logo, pessoas que enganam ou maltratam Craig começam a sofrer consequências, e o garoto relaciona os acontecimentos com as mensagens que ele manda ao Sr. Harrigan.
A trama de O Telefone do Sr. Harrigan é bem interessante e representa uma modernização nas histórias do autor, que são, em sua maioria, muito calcadas nos anos 80 e 90, já que fala sobre telefones celulares e automaticamente, o que ela pode trazer de prejudicial ou de assustador, ainda que de maneira bem fantasiosa.
Como o filme segue praticamente o mesmo roteiro do conto, ele não tem muita coisa a acrescentar. Isso é ruim? Não necessariamente, já que muita gente gosta de assistir um filme que seja quase igual a obra original, mas também é passível de questionamento: qual a necessidade de uma produção que é exatamente igual a algo que já conhecemos?
O resultado não é ruim, O Telefone do Sr. Harrigan é um filme que prende a atenção, e que distrai, mas que também não impressiona.
Ainda assim é preciso ressaltar a qualidade técnica do filme, que é muito competente. O Telefone do Sr. Harrigan também conta com boas atuações, como as de Donald Sutherland e Jaeden Martell. Kirby Howell-Baptiste, no entanto, é desperdiçada, já que tem um papel pequeno demais para a sua competência.
O Telefone do Sr. Harrigan adapta quase a perfeição o conto de King, mas não acrescenta muito ao material, ainda assim, pode ser uma boa diversão para quem gostou da obra original.
Título no Brasil: O Telefone do Sr. Harrigan
Título original: Mr. Harrigan’s Phone
Direção: John Lee Hancock
Gênero: Terror, Suspense
Ano: 2022
Duração: 1h 44min
Elenco: Jaeden Martell, Donald Sutherland, Kirby Howell-Baptiste, Joe Tippett, Cyrus Arnold
Distribuidora: Netflix
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