“Durante alguns segundos, Oskar viu o que havia dentro dos olhos de Eli e o que viu foi…ele mesmo. Só que muito mais bacana, mais bonito, mais forte que ele mesmo achava que era. Visto com amor.”

Sinopse: Exibido pela primeira vez no Brasil na 33a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2009, o filme sueco ‘Deixa ela Entrar’ é um fenômeno cult. Conquistou prêmios em mais de quarenta festivais pelo mundo e foi refilmado por Hollywood (Deixe-me entrar é a versão americana, de 2010). Concebida por John Ajvide Lindqvist, a história que deu origem ao filme foi publicada em 2004 na Suécia, onde se tornou best-seller instantâneo, lançada em mais de 30 países, e agora é publicada no Brasil pela Globo Livros. Trata-se de uma das mais perturbadoras ficções de terror dos últimos tempos. Grande parte de seu impacto se deve à originalidade com que Lindqvist aborda a seara do vampirismo. Vários elementos dessa literatura estão presentes – a começar pelo título, que faz referência à crendice de que vampiros só podem entrar em lugares para os quais são convidados –, porém ambientados no mais cru realismo. No enredo, Oskar, um garoto de doze anos, vive com a mãe no subúrbio de Estocolmo, na década de 1980. Solitário e alvo de bullying na escola, passa o tempo lendo e colecionando notícias sobre serial killers e planejando se vingar de seus perseguidores. No entanto sua rotina é alterada quando uma garota de doze anos, Eli, se muda para o apartamento ao lado. Uma profunda identificação aproxima o menino a Eli, ao mesmo tempo em que a vizinhança passa a ser assolada por uma onda de mortes misteriosas. Muito mais que sustos, o livro de Lindqvist desperta os horrores de quem tem de passar da infância para a maturidade em circunstâncias adversas e em um cenário opressivo. Com habilidade, o autor recorre a um registro naturalista, temperado de referências à cultura pop, para desenvolver uma história em que os medos são despertados tanto por elementos sobrenaturais quanto pela realidade concreta.

Fonte: https://www.saraiva.com.br/deixa-ela-entrar-4258077.html

Publicado pela primeira vez na Suécia, em 2004, Deixa ela Entrar ganhou notoriedade em função dos dois filmes baseados no livro. O primeiro filmado no seu país de origem em 2008 e o segundo, filmado nos Estados Unidos em 2010(esse chama Deixe-me Entrar) e conta a história de Oskar, um garoto tímido e retraído, que sofre bullying. Tudo muda para ele no dia, ou melhor, na noite, em que ele conhece Eli.

Eu acho que é impossível falar desse livro sem mencionar (ou comparar) com o filme Sueco, mesmo porque o motivo de eu ter me interessado pelo livro foi eu ter gostado muito do filme. O filme trata de um tema pesado, mas o livro consegue ser mais pesado ainda.

Para começar, no livro nenhum dos personagens é completamente inocente, nem mesmo Oskar, que é o protagonista. Embora Oskar sofra na escola diariamente, o livro descreve com muita clareza alguns pensamentos de vingança e violência que ele tem contra seus agressores. Além de Oskar, nós lemos o livro do ponto de vista de Håkan, o “guardião” de Eli, que na verdade, é um pedófilo e de Eli, que mata pessoas para que possa sobreviver. Mesmo que a gente consiga simpatizar tanto com Eli, quanto com Oskar é impossível sentir qualquer simpatia por Håkan.

O livro tem cenas super explicitas envolvendo sangue e violência, mas para mim as cenas mais pesadas, eram as cenas com descrições bem claras dos desejos e muitas vezes, de fatos que estavam acontecendo de verdade, de Håkan. Tudo isso faz muito sentido dentro da história, mas são cenas bem difíceis de digerir.

Apesar disso, a relação entre Eli e Håkan foi uma idéia inteligente do autor, um precisa do outro e um sabe os podres do outro, dessa maneira, eles estão automaticamente presos, até que um dos dois morra.

Como é comum em livros do gênero, Oskar é um excluído, o que me fez automaticamente gostar dele e todas as situações que são apresentadas antes dele conhecer Eli soam tão, ou até mais assustadoras para ele do que a possibilidade de conhecer e se relacionar com um vampiro.

Outra coisa interessante do livro é que ele fala de homossexualidade de um jeito bem leve, talvez essa nem fosse a idéia do autor, mas para mim, o livro todo soou como uma forma de dizer que não importa quem você ama.

Embora o livro tenha cenas muito gráficas de violência e trate de assuntos extremamente pesados, no final, você fica com uma sensação de que leu uma história de amor, isso porque o foco do livro não são as mortes, ou o vampirismo, mas sim o primeiro amor de Oskar. E o livro prova que o primeiro amor é complicado para todo mundo, mesmo se você é um ser imortal com mais de 200 anos.

A relação de Oskar e Eli é tão bonita e no texto fica muito claro o quanto os dois se gostam, além de ter algumas cenas em que Eli quase conta para Oskar que talvez ela não seja exatamente o que ele pensa que ela é e que ele responde que ele não liga, ele gosta dela mesmo assim. Oskar se apaixona por Eli independente do que ela é, e Eli, uma criatura de mais de 200 anos, que já viu toda a maldade que o ser humano é capaz de cometer, se apaixona por Oskar justamente porque ele é inocente e bem diferente de Håkan.

Deixa Ela Entrar é provavelmente um dos livros de terror mais diferentes que eu já li. No final das contas, o vampirismo nem é tão importante assim, seja no livro ou na relação de Oskar e Eli.

Eli, a vampira, que supostamente seria a vilã desse livro é menos vilã que os meninos que praticam Bullying com Oskar ou que o pedófilo, que concorda em matar pessoas para que possa receber favores de uma criatura eternamente presa em um corpo de 12 anos, afinal, Eli só mata para se alimentar.

O livro tem todos os elementos comuns nas obras de terror, então, provavelmente vai agradar a maioria dos fãs do gênero, mas também tem um coração, que vai deixar todo mundo suspirando e é incrível ler um livro que mistura tão bem toda a podridão humana, com toda a pureza e inocência de um garoto de 12 anos.

Com um final surpreendente e cenas assustadores, Deixa Ela Entrar é possivelmente um dos melhores livros que eu li esse ano. O filme original é também muito bom, embora ele seja mais sutil que o livro, deixando muitas coisas no ar, o Americano é completamente dispensável, já que tem o mesmo roteiro do original e não toca nos assuntos mais espinhosos da história.

 

 

 

 

 

Origem:  Nacional

Editora: Globo Alt

Edição:  1

Assunto: Literatura Internacional – Terror e Sobrenatural

Idioma: Português

Ano:  2012

País de Produção: Brasil

Código de Barras:  9788525052216

ISBN:  8525052213

Encadernação:  Brochura

Altura: 23,00 cm

Largura: 16,00 cm

Peso: 0,68 kg

Complemento:  Nenhum

Nº de Páginas:  504

Fonte: https://www.livrariacultura.com.br/p/livros/literatura-internacional/terror-e-sobrenatural/deixa-ela-entrar-30302320?id_link=13574&gclid=Cj0KCQiA_5_QBRC9ARIsADVww15jv8Dr84gWYMGPATy3awV4IKdNq4h672rKZUH-YOfaxaw0ph9eq6gaArMqEALw_wcB

Créditos da imagem: https://www.skoob.com.br/deixa-ela-entrar-264438ed296473.html

3 respostas para “Deixa Ela Entrar, John Ajvide Lindqvist”.

  1. Esse tá na prateleira há um ano já. Logo mais eu leio!

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  2. […] no conto Gräns, de John Ajvide Lindqvist (autor de Deixe Ela Entrar), Border é um filme um tanto quanto estranho, mas isso não faz dele um filme menos […]

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  3. […] história. A lógica é bem próxima de obras como A Coisa, de Stephen King – pai de Hill – e Deixa Ela Entrar, de John Ajvide Lindqvist, onde os protagonistas, também crianças, se deparam com a violência o […]

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